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sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Fantasmas salvadores - relatos de pessoas que foram auxiliadas por espíritos

Parece impossível, mas existem inúmeros casos de pessoas que afirmam com toda convicção que fantasmas os salvaram.


Era 1917. Enquanto dormia em uma vala enlameada na França, William Bird acordou assustado, com alguém sacudindo-o. Ele tinha acabado de passar por uma batalha feroz em Vimy Ridge e estava exausto. Irritado, ele tentou afastar o indivíduo, mas este insistia em sacudi-lo com urgência.

Então Bird - um jornalista civil que entrara na guerra por acaso do destino - cansado, abriu os olhos e - para seu espanto - reconheceu seu próprio irmão, Steve, que tinha sido dado como desaparecido em ação dois anos antes.

"Steve colocou a mão quente sobre a minha boca antes que eu pudesse gritar minha felicidade." Bird contou, "E então apontou para o meu saco de dormir dentro de uma das barracas e depois para o meu rifle. 'Pegue suas coisas' ele disse."


Bird ficou tão feliz em ver seu irmão, que mal pensou sobre como ele o encontrou, nem por onde ele andou por 2 anos. Pegou suas coisas e seguiu Steve, que o levou para longe daquela trincheira, cheia de outros tantos soldados que dormiam. No momento em que William resolveu perguntar onde estava indo, seu irmão virou por uma esquina e desapareceu.

Bird procurou freneticamente por ele, mas eventualmente, chegou à conclusão de que ele estava dormindo em pé. De qualquer forma, seu irmão estava usando um uniforme militar de 1915 - dois anos fora da data.
Ele tinha tido um estranho sonho, com certeza. Bird se arrastou para dentro de uma outra trincheira próxima e adormeceu. Na manhã seguinte, ele foi acordado por soldados que ficaram animados por encontrá-lo vivo. A trincheira onde ele estava antes de ter "sonhado" com o seu irmão havia  sido atingido por uma granada, e todos os homens que dormiam lá estavam mortos. Como prova, William foi levado para ver os corpos desfigurados e irreconhecíveis de seus amigos, que não tiveram a mesma sorte.

Talvez fosse realmente um simples sonho de Bird. É claro que é possível. No entanto, os contos de soldados sendo auxiliados por uma presença fantasmagórica, principalmente na Primeira Guerra Mundial são incontáveis.

George Maxwell separou-se de seu pelotão em No-man’s-land. Ele não estava só perdido, mas temendo que estivesse próximo das linhas inimigas. Aterrorizado, ele estava prestes a seguir por uma direção aleatória quando uma voz ordenou: "Sente-se e aguarde o socorro."

Trazido de volta à realidade pela severidade da misteriosa voz, Maxwell obedeceu. Mais tarde, um de seus camaradas de pelotão o encontrou de joelhos em uma cratera e o levou de volta à tropa.

"Quem é o terceiro que anda sempre ao seu lado?" Escreveu o poeta T S Eliot, em meados de 1922, "Quando eu conto, há apenas você e eu juntos/ Mas quando eu olho para a frente, para a estrada branca/ Há sempre um outro que anda ao seu lado."


Estas linhas do grande poema de Eliot The Waste Land foram assumidamente feitas para aludir a estranha experiência de Sir Ernest Shackleton, após seu barco ficar atolado em gelo, em 1916. Com dois de seus tripulantes, Shackleton percorreu cerca de 25 quilômetros de um trecho montanhoso da Antártica. Em algum momento do percurso, os três homens tomaram conhecimento de uma outra presença (apelidado de terceiro homem) acompanhando-os e orientando-os.

O terceiro homem - embora na realidade fosse uma quarta pessoa - pareceu escoltá-los com segurança até uma estação baleeira. No entanto, nenhum dos homens falou sobre ele durante a própria jornada, cada um pensando que fosse o único a perceber o companheiro extra.

Mais tarde, quando Shackleton foi questionado sobre isso, ele disse que a experiência tinha sido muito transcendente para ser objeto de eventuais "investigações paranormais".

Sua sorte foi compartilhada por muitos outros exploradores, marinheiros, mergulhadores e montanhistas, que experimentaram a presença salvadora do terceiro homem em tempos de dificuldade e desespero. Muitos disseram que o terceiro homem às vezes tornava-se visível, outras vezes não. Às vezes falava em voz alta, outras vezes não. Mas sempre, a presença tinha o estranho poder de consolar e salvaguardar quem o percebesse.

Como, então, explicar a presença do terceiro homem? As primeiras teorias científicas tendem a se concentrar sobre a localização. No frio e nas montanhas, é presumível que as pessoas sejam privadas de sono, sofram efeitos da altitude e falta de oxigênio e frio. Vítimas de naufrágio foram encaradas como sofrendo de alucinações devido a insolação e desidratação. Exploradores polares provavelmente foram enganados por uma ilusão de ótica causada por uma privação sensorial em um mundo todo em branco.

Mas, mesmo se alguma das situações acima poderia de fato ser provado como um mal que acometeu-os repentinamente, o que aconteceu com algumas pessoas que presenciaram o terceiro homem em uma das torres do World Trade Center?


No passado mais recente, três sobreviventes do 11 de setembro afirmaram que eles foram orientados a segurança por presenças desencarnadas.

Uma delas foi cercada por uma parede em chamas, mas foi estimulada a seguir por outro caminho, onde encontrou as escadas da Torre Norte ainda em funcionamento. Outra vítima conta que uma misteriosa voz consolou-a enquanto estava embaixo dos escombros. Um terceiro conta que enquanto estava preso sob uma pilha de concreto, recebia visitas e incentivos daquilo que ele chamou de "monge".

Da mesma forma, em 1989, dois alpinistas que viajavam separados foram auxiliados por uma mulher tibetana de meia-idade, enquanto estavam no monte Kanchenjunga na Índia. Lou Whittaker referia-se a senhora como 'um espírito amigável' que aparecia no acampamento base. Ela fazia companhia a Lou, todas as noites por três meses.


Enquanto isso, a esposa de Whittaker, Ingrid, estava viajando em descida do cume em direção ao acampamento base com um grupo de expedição quando repentinamente desenvolveu uma grave doença que a impossibilitava de retomar a descida. Ela passou vários dias deitada em sua tenda, onde encontrou-se com a presença da mulher tibetana.

"Ela estava vestindo um véu e um vestido longo. Ela era sombria e bidimensional, como uma silhueta - mas era muito reconfortante ", ela relatou.

Foi só meses depois que o casal, conversando sobre a estranha presença, perceberam que foram visitados pela mesma mulher etérea.

Para muitos, no entanto, a presença sentida permanece invisível.

De todos os relatos, nenhum é igual àquela estranha sensação de estar sendo observado, ou aquela agitação momentânea à sombra e luz, ou de pensar que há mais alguém quando o vento sussurra através de uma vela.

Não há nada especulativo acerca do terceiro homem. Na verdade, aqueles que sentiram sua presença descrevem como tendo uma súbita, vívida e indiscutível consciência de que há alguém com eles.

Então, o que os cientistas podem falar sobre o terceiro homem?

Durante a última década, neurocientistas suíços tentaram replicar uma presença detectável em seus laboratórios, usando eletrodos para estimular uma parte do cérebro chamada de junção temporoparietal esquerda.

O chefe pesquisador Olaf Blanke, do Instituto Mind-Brain em Lausanne, suspeita que qualquer disfunção nessa área - devido, por exemplo, a uma redução do oxigênio - poderia tornar qualquer um desorientado. Especificamente, ele pensa que esta disfunção cerebral pode levar as pessoas a atenuar as fronteiras entre si e outros.

Até agora, no entanto, sua teoria ainda não foi comprovada. Também não é provável para explicar porque a presença sentida pode se manter reaparecendo, ou ficar com alguém durante meses, até que ele não seja mais necessário.

O terceiro homem não é nada se não for útil. Conforme o jornalista John Geiger descobriu enquanto pesquisava o assunto, existem literalmente dezenas de referencias nas memórias, diários e cartas de pessoas que foram auxiliadas pela misteriosa presença.

O que, claro, torna ainda mais improvável a Third Man seja apenas um subproduto de privação de oxigênio ou de insolação.

Talvez, uma questão ainda difícil de responder é: por que o terceiro homem é tão propositalmente solidário com quem o sente? Afinal, longe de ser apenas uma voz na cabeça de alguém, muitas vezes ele estimula, intimida, se mete e toma o controle da situação.

Em 1983, o alpinista norte-americano James Sevigny foi gravemente ferido por uma avalanche no parque nacional de Banff, e mal conseguia se mover.

Suas costelas foram quebradas, assim como seus braços e nariz. Ele estava com uma severa hemorragia interna, e ele perdeu a consciência por uma hora.

Assim que ele começou a sucumbir ao choque e à hipotermia, uma presença foi sentida mais ou menos intimidado-o a levantar-se. Em seguida, ele foi empurrado através da neve profunda em crosta, por cerca de 1,5 quilômetros de volta ao acampamento.

"Todas as decisões", disse Sevigny, "foram feitas pela presença. Eu estava apenas seguindo as instruções.

Assim que ele chegou a sua tenda, seu companheiro mandão desapareceu. Momentos depois, Sevigny foi encontrado por alguns esquiadores cross-country e levado de helicóptero para um hospital.

Joshua Slocum, o primeiro homem a velejar sozinho ao redor do mundo, teve uma experiência semelhante. No meio de uma tempestade, ele ficou doente com intoxicação alimentar e não foi mais capaz de dirigir seu barco.

Para seu espanto, um homem alto apareceu e disse que ele iria lidar com o leme. De alguma forma, Slocum teve a impressão de que ele fosse "um amigo e um marinheiro de vasta experiência '.

O homem manteve o navio velejando por 145 quilômetros, até Slocum conseguir retomar o controle. Então ele se desmaterializou.

Na maioria dos casos, a presença parece desaparecer momentos depois que o problema for resolvido, mesmo se a pessoa em risco ainda não está ciente de que está fora de perigo.

Por exemplo, o sobrevivente de um naufrágio, Ensio Tiira, disse que perdera toda a esperança - enquanto à deriva em um bote - quando o terceiro homem desapareceu no dia 30. Mas esse dia acabou por se tornar o dia em que Tiira foi resgatado.

Por que será que o terceiro homem é tão reconfortante - e tão real? A maioria dos cientistas acreditam que a resposta deve estar no fundo do cérebro, que de alguma forma, projeta a imagem de uma presença consoladora e orientadora. Na verdade, isso é apenas uma outra teoria. Ninguém sabe ao certo. Nesse meio tempo, descrever uma presença sentida como uma alucinação parece presunção.

Como Martha Farah, diretora do Centro de Neurociências e Sociedade da Universidade da Pensilvânia, disse: "Nós não devemos assumir que podemos explicar tudo em termos de química, biologia e física.

"E, certamente, não devemos inferir que o que não se pode ser explicado nesses termos não é importante."

Em um dia muito frio em janeiro de 1979, uma jovem médica estava cuidando de seu paciente em estado crítico na parte traseira de um avião de pequeno porte.

Foi um caso de encefalite de sarampo, e a Dra Yvonne Kason estava ansiosa para chegar ao hospital mais próximo, a algumas centenas de quilômetros de distância, tão rapidamente quanto humanamente possível.
O vento, no entanto, começou a subir, e logo a embarcação bimotor estava no meio de uma tempestade de neve gelada. Então, para o horror do piloto, uma das hélices repente parou de funcionar, e para piorar,o avião estava se aproximando de uma colina.

Não havia escolha: ele tinha que tentar um pouso forçado.

"Eu apenas senti aquele pânico intenso, medo intenso" a Dra Kason disse 30 anos depois. "Eu pensei: Oh meu Deus, eu vou morrer!"

Mas, para seu espanto, ela sentiu uma onda de tranquilidade lavar seu terror. Em seguida, ela ouviu uma voz. "Aquietai-vos," ele disse, "e sabei que eu sou Deus."

Espere, eu perguntei à Dra Kason quando nos conhecemos - como você sabia que não era a sua própria voz, ou um pensamento que passou pela sua cabeça?

Ela considerou a questão. "Está bem. É como se você estivesse andando por um corredor, e alguém vem em um alto-falante e te diz para parar. Você sabe que não é você. Era uma voz baixa, um tom profundo, e foi profundamente reconfortante".

Quando o avião caiu do céu, a Dra Kason disse: 'Eu me senti calma e em paz. Eu sabia que não havia nada a temer. E eu sabia que não há nada a temer na morte".

O avião caiu em uma baía parcialmente congelada, em Ontário, Canadá - mas o gelo era tão fino que o bimotor começou a afundar. A Dra Kason, então com 26 anos, tentou desesperadamente salvar seu paciente, mas ela não podia desfazer as tiras da maca à tempo.

Ela, o piloto e uma enfermeira que o acompanhavam foram jogados na água gelada. Dra Kason tentou nadar através da nevasca para chegar a uma parte mais firme do gelo - mas a voz mais uma vez assumiu o comando.

'Nade até a costa" ele repetia. Contra seu melhor julgamento, ela decidiu seguir o seu conselho.

'Minhas roupas e botas pesavam como chumbo", ela lembrou. "Eu continuei nadando e água encheu meus pulmões. De repente," ela disse,"era como se eu já não estivesse olhando por meus olhos. Eu estava 20-30 pés cima, e eu podia me ver nadando." Dra Kason continuou: "Isso, para mim, era estranho, porque eu tinha ouvido descrições de pessoas que tiveram experiencias fora-do-corpo quando estavam deitadas, mas não quando eles estavam nadando."


Ela encontrou-se abrangida pela luz. "Eu ainda existia, mas eu estava nesse incrível oceano de luz e de amor", disse ela. "O aspecto mais forte para mim foi o amor. Era um amor maternal. Como se eu fosse um bebê recém-nascido no ombro da minha mãe, totalmente segura. Como se eu estivesse perdida há séculos e que tinha encontrado o meu caminho de volta para casa. Não havia dúvida de que eu estava sendo abraçada por uma espécie de poder superior.

"Em que o amor, e em que a luz e em que a inteligência, eu não sei. Só sabia que o que aconteceria era para ser. Eu estava em completa alegria, amor completo, satisfação completa."

Mas de alguma forma a dor por causa do frio e da natação também se manteve em seu corpo. De fato, sua consciência estava em constante mudança, entre a luz e a realidade física da água.

"Era como uma espécie de TV de tela dividida - é a melhor maneira que posso descrever a situação", disse Dra. Kason.

'A grande figura era a luz, ea pequena imagem minúscula era o corpo nadando para a costa.

"Mas em um determinado ponto, enquanto meu corpo estava afundando, eu mudei mais da minha atenção à ele. Lembro-me de pensar com calma: "Oh, sim, você vai se afogar pela terceira vez."

Dra Kason poderia muito bem ter morrido então, mas uma corrente de repente, varreu-a para um pinheiro que havia caído no lago. "E é assim que eu sobrevivi, porque eu não tinha mais força para nadar os últimos metros da costa."

Milagrosamente, o piloto e uma enfermeira também sobreviveram. Todos os três foram posteriormente resgatados por um helicóptero que tinha respondido ao sinal de socorro do bimotor. No momento em que chegou ao hospital, a Dra. Kason foi entrando e saindo da consciência e sofrendo de hipotermia grave. Durante todo o tempo, ela continuou a pairar acima de seu corpo.

Mais uma vez, ela ouviu uma voz - embora ela também estivesse articulando as palavras ela mesma.

Ele disse: "Rapaz, eu poderia aproveitar um banho quente."

"Claramente, era algo maior falando através da minha boca, dizendo aos enfermeiros o que fazer. Como é que o meu corpo diria isso, se eu nem seque estava pensando nisso?"


A própria Dra Kason tinha formação no tratamento de hipotermia. Mesmo os enfermeiros claramente não tinham considerado colocá-la em um banho quente. Mas um deles comentou: "Puxa, talvez isso ajudaria - vamos levá-la para a banheira de hidromassagem na físio. '


Mais uma vez, a voz tinha razão. "Quando eles me colocaram no banho", disse Dr Kason, "eu me senti como um gênio sendo sugado de volta para a lâmpada. Eu estava totalmente de volta ao meu corpo."

Trinta anos depois, todos os detalhes de sua provação ainda eram vívidas na memória. Mas será que ela realmente teve um encontro com Deus? Ou era o terceiro homem, fornecendo orientação e força?

Como uma médica mente-aberta, Yvonne Kason sente que sua experiência tem muito em comum com a de um místico religioso que passa horas em oração, ou de um iogue em meditação profunda. "Para mim", disse ela, "estes são todos os vislumbres de uma mesma realidade espiritual".

Traduzido de: Daily Mail

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