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quarta-feira, 23 de dezembro de 2015
O mistério dos caixões errantes de Barbados
Barbados é um belo país tropical, localizado nas Pequenas Antilhas do mar caribenho, e conhecido principalmente por suas deliciosas frutas e sensação agradável do sol tropical. No entanto, desde o século 19, acontecimentos misteriosos cercam o jazigo de uma antiga família residente no local: a família do coronel Thomas Chase.
A família "dona" do jazigo era famosa por sua notoriedade e rigidez. Diz-se que o coronel tratava seus escravos de maneira tão cruel, que qualquer outro senhorio da época o consideraria desumano e sua própria filha foi tão oprimida por seus abusos que cometeu suicídio. Não é por menos, mas a família Chase foi atormentada até seu fim por mortes, suicídios e miséria.
Não concomitante, o próprio jazigo da família tem suas histórias intrigantes. Com vista para todo o cemitério Christ Church Parish, localizado na costa sul de Barbados, a abóbada foi arquitetada pelo Honrado James Elliot, que não poupou despesas para construir em pedra, coral e concreto, o ultimo descanso de sua família. A abóbada é metade afundada na terra, e é introduzida através de escadas de pedra lisa. Para finalizar a construção, há uma enorme laje em mármore azul para selar a sepultura, que diz-se, é tão pesada que é preciso meia dúzia de homens para se mover.
O primeiro cadáver a descansar dentro da silenciosa e estonteante sepultura foi Elizabeth Elliot, esposa de James, que veio a falecer em maio de 1792. Em seguida, a família Walrond comprou o jazigo, e quando o mesmo foi aberto para receber os restos mortais de Thomasina Goddard, descobriu-se que o cadáver da senhora Elliot havia desaparecido misteriosamente, o que abriu a lista de anomalias ocorridas dentro das frias paredes de concreto do mausoléu.
Algum tempo depois o jazigo finalmente foi vendido aos Chase, e em 22 de Fevereiro de 1808, este foi novamente aberto para receber o cadáver do bebê Mary Anne Marie Chase, de 2 anos, filha mais nova de Thomas. Esta não foi a única filha de Thomas a falecer: no início de 1812, sua outra filha, Dorcas, que cansada da opressão vivida pelas mãos do pai abusivo, cometeu suicídio. Ela também encontrou seu descanso eterno no túmulo da família.
A culpa é uma dama cruel, e em agosto de 1812, o próprio Thomas Chase sucumbiu. Relatórios oficiais dizem que ele cometeu suicídio. Colocado em um caixão metálico pesado, ele foi levado para o túmulo da família e enterrado. Nada de suspeito havia acontecido, até o momento em que a tumba foi aberta para receber o cadáver de Thomas Chase. Assim que aberto, verificou-se que o caixão de Dorcas foi misteriosamente colocado "em pé" de cabeça para baixo, enquanto o caixão da bebê Mary foi empurrado contra a parede. Como acontece em tais casos, foi atribuído ao fato a ação de vândalos, embora fosse obscuro como tais caixões pesados poderiam ter sido movidos com tanta facilidade.
No entanto, cresceu o alerta entre as pessoas, e em 1816, quando o cofre foi aberto mais uma vez para receber o corpo de Charles Brewster Ames de 11 anos de idade, os caixões novamente haviam mudado de posição à esmo, como mostra a imagem abaixo:
Mas isso não foi tudo. Duas vezes mais o jazigo foi aberto, em 1816 e novamente em 1819. Ambas as vezes, os caixões estavam fora de seus lugares. Depois de tudo isso, os moradores começaram a espalhar boatos, e os rumores dos estranhos incidentes dentro do jazigo da família Chase circularam, chegando até mesmo aos ouvidos do então governador de Barbados.
A coisa mais estranha foi que não havia pegadas ou sinais de uma entrada forçada. A laje azul pesada não foi movida sequer uma única polegada. Era como se uma força fantasmagórica misteriosa tinha calmamente entrado no mausoléu e feito tudo aquilo. O lugar foi examinado por Nathan Lucas e este assim descreveu:
"... Eu examinei as paredes, o arco, e cada parte do jazigo, e não encontrei nada anormal; um pedreiro, na minha presença, atingiu toda a parte do fundo com seu martelo, e tudo era sólido. Eu confesso estar perdido e sem qualquer explicação sobre como estes caixões de chumbo se movimentam. Ladrões certamente não conseguiriam por as mãos neles e não há indícios de que a história seja mentira, visto que eu mesmo presenciei a cena. Duvido também, de que os escravos tenham algo a ver com o caso, já que possuem um medo supersticioso de tudo que envolva morte e com aquilo que não lhes pertence, portanto excluo aqui qualquer ideia do tipo. Tudo o que sei é que aconteceu e novamente digo, sou uma testemunha ocular do fato."
Nesse ponto, o governador entrou em cena. Em vez de tentar investigar o fenômeno ainda mais, ele decidiu colocar um fim a isso, de uma vez por todas. Ele ordenou que todos os corpos colocados dentro da sepultura fossem retirados e enterrados individualmente no Christ Church Parish Cemetery.
Desde a evacuação, o fenômeno misterioso parece ter cessado. Não há mais corpos enterrados no túmulo, então não há nada a se mover. Se o governador estava certo, é difícil dizer. Enquanto os céticos afirmam que todo o fenômeno pode ter sido simplesmente uma farsa bem divulgada, ou uma brincadeira difícil de orquestrar, e se o fenômeno era de fato real? O que poderia ter explicado isso? Caixões assombrados? Fenômeno Poltergeist? Ou alguma outra coisa?
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