O Kjobenhavn foi belíssimo veleiro de cinco mastros e casco de aço, construído em 1921 nos estaleiros da casa Ramage & Fergusson (de Leith, Escócia) para uma sociedade armadora dinamarquesa especializada no comércio com o Extremo-Oriente. Deslocava cerca de 4 000 toneladas e media 140 metros de comprimento fora a fora por 14,95 metros de boca. Os seus altos mastros podiam arvorar até 5 200 m2 de velas. Estava equipado com um motor auxiliar de 500 cv.
O Kjobenhavn era um navio de tal modo impressionante, que, antes de largar para a sua primeira viagem, foi visitado por 10 000 pessoas, incluindo os reis da Dinamarca. Depois de ter terminado a sua carreira comercial, o Kjobenhavn foi convertido em navio-escola e colocado ao serviço da marinha mercante dinamarquesa.
Este magnífico navio perdeu-se em Dezembro de 1928 ou Janeiro do ano seguinte -provavelmente ao tentar dobrar o cabo Horn- quando efetuava uma viagem de instrução entre a Europa e a Austrália, tendo feito escala em Buenos Aires no dia 17 de novembro de 1928, para onde transportava uma carga de carvão e cimento ensacado.
Depois de descarregar, esperaram por uma carga para a Austrália, a fim de financiarem a viagem e onde já tinham uma carga de cevada com destino à Dinamarca. Zarparam de Buenos Aires a 12 de dezembro com destino a Melbourne sem qualquer carregamento.
A 21 de dezembro, o Kjobenhavn cruzou com um cargueiro norueguês com quem troca algumas mensagens por telegrafo. Foi a última vez que foi visto.
A viagem entre Buenos Aires e Melbourne durava cerca de dois meses, por isso a falta do navio não foi sentida, mas assim que chegou o mês de Abril de 1929 os armadores já estavam inquietos e fretaram outro navio dinamarquês no México para descobrir o paradeiro do Kjobenhavn, mas o que começou a aparecer foram avistamentos por parte de pescadores chilenos que diziam ter visto um navio de cinco mastros a navegar com muitas dificuldades no meio de uma tempestade.
Mais tarde um barco argentino teve esse mesmo avistamento, assim como pescadores peruanos. Presume-se que o desaparecimento deste barco ainda não tinha sido noticiado e no entanto a descrição feita pelos pescadores conferia com a descrição do Kjobenhavn.
Em 1935 apareceu na costa ocidental africana um salva-vidas cheio de esqueletos e segundo as análises efetuadas na altura, seriam de parte da tripulação do Kjobenhavn.
O aparecimento deste salva-vidas veio mudar a história do Kjobenhavn, pois tinham considerado que este se tinha afundado de forma súbita devido a um fenômeno meteorológico ou um choque com um iceberg.
Mas é avistado na costa ocidental sul-americana e o salva-vidas aparece na costa ocidental africana?
Presume-se que o afundamento tenha ocorrido entre Tristão da Cunha e o Cabo Horn, o que explica o aparecimento do salva-vidas na costa ocidental africana.
Durante alguns anos era frequente ver o aparecimento do Kjobenhavn durante as tempestades naquela região.
Essa é uma ótima historia, começando pelo fato de ter ocorrido do início do século 20, onde não existiam meios de comunicação muito eficientes como hoje em dia, o que suporta o fato de ser impossível saberem do desaparecimento do navio na época dos primeiros relatos de aparição. E depois porque histórias de navio e marinheiros são sempre muito bacanas!
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