quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

Quarta do Terror - Visões: A Herança


Ficha Técnica:
Direção: Danny Pang e Oxide Pang Chun
Ano: 2002
País: China, Singapura
Duração: 99 Minutos
Título Original: Gin Gwai



Sinopse:
Wong Kar Mun, é uma jovem chinesa levemente diferente da maioria: ela é cega desde os dois anos de idade. Acostumada ao breu que sempre impregnou sua vida como deficiente visual, ela decide fazer um transplante de córneas, para voltar a enxergar e, conseqüentemente, tornar-se mais independente. Entretanto, ela percebe que voltar a ver o mundo como ele realmente é pode não ser tão animador. Ainda não completamente adaptada à visão, ela enxerga formas e vultos que definitivamente não deveriam estar onde estão. Ela chega à conclusão, logo depois, de que o problema reside nas córneas e parte em busca do doador, ainda que burlando a ética da medicina.

Crítica:
Essa semana me deu uma vontade enorme de assistir um filme asiático, e ao procurar um título, percebi que fiz poucas críticas sobre estes longas. Logo, nas próximas semanas, pretendo trazer mais alguns filmes japoneses, chineses, coreanos e afins, para que possamos apreciar a 7ª arte do lado oriental do mundo.

E pra começar esta pequena maratona, escolhi um filme que eu já conhecia de outros carnavais: o filme Visões: A Herança, apresenta-nos a protagonista Wong, uma mulher cega desde tenra idade. Cansada de viver na escuridão imposta pela privação de sua visão, ela decide passar por um procedimento cirúrgico que promete lhe devolver o dom de enxergar o mundo.


O filme é muito bem trabalhado e construído. Vemos a protagonista tentando se acostumar a um mundo diferente, e a trama ainda nos faz pensar em como deve ser difícil a adaptação de uma pessoa que deixou de enxergar muito jovem à novas imagens, novas cores, novos objetos e novas sensações, coisa que para nós, que temos o dom da visão não costumamos prestar atenção. Os diretores Danny Pang e Oxide Pang Chun, conhecidos como Pang Brothers, em seu segundo filme, tiveram grande habilidade em trabalhar a empatia do espectador à personagem principal, inclusive em aplicar boa dose de drama em um filme de suspense, alternando os dois gêneros de forma brilhante, sem que o longa fique chato ou meloso demais.

The Eye (como foi batizado em inglês) embora contenha uma história já abordada em outros filmes do gênero (essa pegada do personagem conseguir ver fantasmas), foi construído em cima de um roteiro astutamente elaborado para ser diferente dos demais num âmbito geral, inclusive dando um criativo motivo para justificar o fato. Me fez lembrar logo na primeira vez que assisti, de outro clássico do terror, o Sexto Sentido, onde um dos personagens também podia ver espíritos, que se apresentavam com os ferimentos que lhe tiraram a vida, de modo brusco e assustador. Presenciamos em ambos os casos, a destruição da sanidade dos personagens, que temem e tentam a todo custo se esconder das assustadoras visões, inclusive se colocando em situações de isolamento, depressão e por fim, a aceitação e a busca por ajuda. Aposto que se você presenciasse o fantasma de um guri que se suicidou, com certeza ficaria batendo a testa na parede.


Não espere grandes sustos em Visões: A Herança. O foco do filme é mais apresentar uma boa história com um clima tenso do que assustar o espectador com jumpscares e música alta. A construção das cenas foi feita em um ritmo muito bom, sem enrolação, e o cenário sombrio na maior parte do tempo ajuda a proporcionar a atmosfera densa que permeia o enredo. O final é um show á parte, e mostra como Wong adquiriu seu dom paranormal, além de explicar a triste história e o fim trágico da doadora das córneas que ela recebeu.

Menção honrosa para esta cena, que pode ser descrita como "When you see it you'll shIt bricks":



Nota:

Assista:
Clique AQUI.

Bom filme!

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