quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Gertrude Baniszewski: Tortura e morte de Sylvia Likens


Em 19 de setembro de 1929, nasceu Gertrude Nadine van Fossan, em uma família de classe baixa. Ela abandonou a escola aos 16 anos de idade, para se casar com John Baniszewski, um policial conhecido por sua má conduta. Eles tiveram  4 filhos. As brigas entre o casal eram frequentes, e culminaram em divórcio 10 anos depois do casamento. Algum tempo depois ela conheceu Edward Guthrie, mas Edward não queria responsabilidade com crianças que não eram suas e o casal se separou. Gertrude casou-se novamente com John Baniszewski, teve mais 2 filhos e sete anos depois separou-se novamente, em 1963. Ela relacionou-se com Dennis Lee Wright, com quem teve um filho, mas o relacionamento também não vingou e Dennis fugiu.

Gertrude engravidou 13 vezes: teve sete filhos e teve seis abortos espontâneos. Antes dos 40 anos de idade, aparentava ter muito mais. Tornou-se fumante e desenvolveu bronquite e tensão nervosa. Ela ganhava a vida como babá e passando roupas para fora. Sua casa ficava na Esast New York Street, 3850, Indianapoles, Indiana. Apesar do regular tamanho e beleza externa, a miséria era tanta que haviam apenas três garfos na casa. Também não havia fogão. Os alimentos eram aquecidos em uma chapa improvisada, geralmente eram servidos sopa, além de sanduíches, biscoitos e outros alimentos que não precisam ser cozidos.

Os Likens

Sylvia e sua mãe Betty

O ano era 1965. Betty Likens e suas duas filhas, Sylvia Marie Likens, 16 e Jenny Faye Likens,15, Haviam se mudado recentemente para Indianápoles. Betty havia se separado de Lester Likens, pai das meninas a pouco tempo. A família havia se mudado constantemente e, por muitas vezes, as meninas ficava sob a guarda de parentes, pois Betty e Lester eram artistas de circo. O casal tinha ainda mais três filhos: os gêmeos Diana e Danny (2 anos mais velhos que Sylvia) e Benny (irmão gêmeo de Jenny). Jenny era vítima de paralisia decorrente de polimielite.

Sylvia, apelidada carinhosamente como "Cookie".
Algum tempo depois, Lester soube que Betty havia sido presa acusada de furto. Ele dirigiu-se, juntamente com seu filho Danny, para Indianápoles, na tentativa de encontrar com Sylvia e Jenny. Ao chegar na casa de Betty, Lester foi informado por Darlene McGuire, uma menina que tinha feito amizade com Sylvia e Jenny, que elas estavam na casa de uma senhora de nome Gertrude Wright (desde sua última relação, Gertrude se denominava Wright). Lester encontrou as meninas com Gertrude, que convenceu-o a passar a noite ali, pois já era tarde. Sylvia e Jenny haviam conhecido Paula Baniszewski (filha de Gertrude) horas antes, as três se dirigiram para a casa de Gertrude, onde beberam refrigerantes e conversaram.

Lester e Betty se reconciliaram. Lester então teve uma infeliz ideia: Enquanto os dois estivessem na estrada, Sylvia e Jenny ficariam sob a guarda de Gertrude. Ele pagaria 20 dólares semanais para a mulher. Antes de sair, ele deu recomendações para Gertrude ter “pulso firme”, pois Betty estava estragando as filhas.

Abusos

No inicio, tudo correu bem. Sylvia fez amizade com Stephanie, uma das filhas de Gertrude. Elas gostavam de cantar músicas, principalmente dos Beatles, banda favorita de Sylvia. Baniszewski, porém, não via Sylvia e Jenny com carinho. Os 20 dólares deixaram de chegar por uma semana. Baniszewski obrigou as meninas a deitarem na cama e abaixarem as calças; Ela bateu com um remo nos traseiros despidos delas. O dinheiro apareceu no dia seguinte, mas a partir daí começariam sessões de torturas e abuso – físico e mental. Betty e Lester visitaram as meninas, mas elas nada disseram.

Casa de Gertrude.

As fotos a seguir mostram o péssimo estado da casa. Esta mostra o banheiro.
Pia do banheiro.
Cozinha da casa

Sylvia deixou escapar para Gertrude que Paula estava grávid a. Gertrude torturou-a e Paula também a agrediu. Gertrude acusava Sylvia de roubar um doce que ela havia comprado. Chutava os genitais de Sylvia e a acusava de estar grávida. Stephanie e John Baniszewski também agrediam Sylvia.

Por vingança, Sylvia espalhou para os colegas da Tech High School que Paula e Stephanie seriam prostitutas. Coy Hubbard, 15, namorado de Stephanie soube disso: Ele usou em Sylvia as técnicas que aprendia nas suas aulas de judo, lançando-a contra a parede e o chão. Gertrude espalhou boatos sobre Sylvia para garotos da vizinhança, e convidava-os constantemente para sua casa. Ela obrigava Sylvia a ficar nua diante deles e introduzir uma garrafa de refrigerante na vagina. Outro método, era empurrar Sylvia escada abaixou, traze-la pra cima e empurra-la de novo. Paula passou a “brincar” de jogar na cabeça de Sylvia tudo o que tinha em mãos: pratos, latas garrafas de vidro.

No inicio de outubro, Gertrude acusou Sylvia de roubar um uniforme de educação física. Sylvia confessou mais tarde, que realmente havia furtados as roupas, pois não tinha uniforme de educação física. Gertrude espancou-a com um cinto e queimou seu corpo com um fósforo.


Presa no porão

Devido as torturas na região genital, Sylvia ficou incotinente, e passou a ser trancada no porão. Na maioria das vezes Sylvia era obrigada a ficar nua e com fome. Gertrude e Jhon, 12, a obrigavam a comer suas própias fezes e a beber sua urina. Gertrude leveva Sylvia para o lavatório, onde banhava a menina em água fervente. Ela era ajudada por Richard “Ricky” Hobbs, 14, um rapaz de boa aparencia. Paula esfregava sal grosso nas feridas de Sylvia.

Porão onde Sylvia foi mantida confinada.
No porão, Sylvia teve negados água, comida e banho, era queimada e apanhava de várias pessoas além de Gertrude. Gertrude obrigou Jenny a bater na irmã, mas ela negou. Gertrude bateu em Jenny. Depois de um tempo, Jenny surrou a irmã com a mão esquerda, pois ela era destra.

(…) Sou uma prostituta e tenho orgulho disso


Jenny escreveu para a irmã Dianna, em segredo, pedindo ajuda, mas ela não atendeu. Ela imaginou que Jenny estaria inventando coisas. Dias mais tarde Dianna foi impedida de entrar na casa de Baniszewski, Gertrude dizia que eram ordens dos pais das meninas. Antes de sair, porém, Jenny conseguiu ter algumas palavras rápidas com Dianna. Dianna comunicou o fato ao serviço social. Uma agente do serviço social foi até a casa dos Baniszewski, em 15 de outubro, Gertrude afirmou que Sylvia tinha se tornado prostituta e fugido de casa.

Sylvia foi tirada do porão e amarrada numa cama em 21 de outubro. No dia seguinte, Baniszewski introduziu novamente uma garrafa de refrigerante na vagina da garota e escreveu com uma agulha em brasa, junto com Rick Hobbs, as palavras: “I’m a prostitute and proud of it!” (sou uma prostituta e me orgulho disso!), Ricky, Paula, Shirley Baniszewski marcaram um número 3 no peito da menina. Gertrude também obrigou Sylvia a escrever cartas para os pais, dizendo qua havia fugido com um grupo de garotos. Sylvia tentou fugir, mas foi apanhada por Gertrude e foi castigada.

A frase "Sou uma prostituta e me orgulho disso", escrito no corpo de Sylvia.

Carta que Sylvia foi obrigada por Gertrude à escrever.
Dois dias mais tarde, Coy Hubbard espancou Sylvia com um cabo de vassoura. Ele bateu diretamente na cabeça da menina até ela perder a consciência. Na noite de 26 de outubro, Sylvia não resistiu e morreu. no dia seguinte, Gertrude e seus filhos tentaram reanimar a garota, sem sucesso. Gertrude chamou a polícia e entregou-lhe a carta escrita por Sylvia, tentando não ser responsabilizada. Jenny aproximou-se de um policial e cochichou: Me tire daqui e eu conto tudo”. Gertrude, Paula, Stephanie e John Baniszewski foram apreendidos. Richard Hobbs e Coy Hubbard também foram presos. Outros quatro garotos foram também levados.

O corpo de Sylvia sendo retirado da casa de Gertrude pelos legistas.

Investigadores analisando a cena do crime.

Julgamento

A atopsia provou que Sylvia ainda era virgem. Ela estava com inúmeras escoreações no corpo e morreu em decorrência de edema cerebral, hemorragia no cerebro e choque por danos na pele.

Gertrude, Paula Baniszewski, Stephanie Baniszewski, John Baniszewski, Richard Hobbs, e Coy Hubbard foram acusados de homicídio; Os adolescentes Anna Siscoe, Judy Duke, Randy Lepper, e Mike Monroe  foram acusados de lesão corporal e tortura. Eles foram presos sem condição à fiança até o julgamento. Paula pariu o bebê em um hospital.

John Baniszewki abraça seus filhos, John Jr. e Paula.

Gertrude e seu filho, John.

Richard Dean Hobbs e John Jr.

Paula Baniszewski.

Notícias sobre o caso.

No julgamento, as testemunhas de acusação foram os policiais e o médico que fez a necrópsia em Sylvia. Além de Jenny, uma das principais e um casal de vizinhos de Gertrude, que haviam a procurado para serviços de babá, e presenciaram cenas de humilhação contra Sylvia. Gertrude foi defendida por William Erbecker. A acusação era feita liderada por Leroy New. Marie Baniszewski, de apenas 11 anos também depôs. Ela afirmou que apenas viu a mãe castigar Sylvia.

Marie Baniszewski, 11 anos de idade.

Marie Baniszewski, chorando ao depor contra sua mãe.

Os acusados.

Gertrude Baniszewski foi condenada à prisão perpétua, em 19 de maio de 1966, por homicídio; John Baniszewski, Coy Hubbard e Richard Hobbs foram condenados por homicídio culposo e encaminhados para o centro de detenção juvenil. Os outros jovens foram absolvidos.

Gertrude recorreu e em um segundo julgamento e a pena foi comutada à dezoito anos de prisão, em 5 de agosto de 1971. Em 1985, quase vinte anos depois de ser presa, Gertrude ganhou a liberdade. Uma petição com mais de 4000 assinaturas contra a liberdade de Baniszewski foi apresentada. Jenny Likens se manifestou contra em um programa de TV, mas de nada adiantou, Baniszewski mudou readotou seu nome de nascença e se mudou para Iowa. Em 16 de junho de 1990, Gertrude Baniszewski morreu de cancer no pulmão. Coy Hubbard também morreu de cancer, aos 21 anos.

Gertrude Baniszewski deixando a prisão em 4 de dezembro de 1985.
O caso de Sylvia Likens, conhecido como o maior e mais terrível crime do estado de Indiana, inspirou dois filmes: a ficção The Girl next door e An American Crime, ambos de 2007.


 

Fonte e para mais fotos: Isso é Bizarro

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