quinta-feira, 22 de maio de 2014

Áudio da caixa preta do voo JA8119

O desastre do voo 123 da Japan Airlines, ocorrido em 12 de Agosto de 1985, é considerado até hoje o segundo maior acidente da história da aviação. Dos 524 passageiros, incluindo a tripulação, 520 morreram na tragédia.



O boeing 747-SR46, que fazia uma viagem comercial, saiu de Tóquio em direção a Osaka às 18h12, e cerca de 12 minutos depois sofreu uma pane na cauda do avião. O selo traseiro de pressurização foi rompido quando a aeronave alcançava sua altitude de cruzeiro sobre a baía Sagami, a aproximadamente 40 km a sudoeste da capita japonesa. O rompimento do selo causou a perda do estabilizador vertical e outras partes que caíram no mar, despressurizando a cabine e danificando severamente as quatro linhas hidráulicas da aeronave. A despressurização tornou o avião incontrolável. O comandante, o piloto e o co-piloto tentaram em vão re-controlar o boeing. Cerca de trinta minutos depois do inicio da pane, o avião se chocava com o Monte Takamagahara.


Uma base da Força Aérea americana no Japão, situada próxima da trajetória de voo do JAL 123, havia acompanhado todo o calvário de perto. Cerca de 20 minutos após a colisão e queda do boeing, um helicóptero da US Navy encontrou os destroços e ofereceu ajuda ao governo japonês no resgate às vitimas, mas este foi negado. Em vez disso, representantes do governo japonês ordenaram à tripulação americana que se mantivesse longe do local do acidente e que estavam indo lidar com o resgate todo sozinhos. Até hoje não se tem informações de quem teria negado a ajuda.

Quando os helicópteros japoneses encontraram os destroços, já era noite, e a má visibilidade e o difícil acesso a área impediu o resgate imediato. Os pilotos ainda relataram que não havia sinais de sobreviventes nos destroços. Então, com base nesse relatório, simplesmente "cagaram" pro resgate.

Entretanto, no dia seguinte, ao retornarem ao local, descobriram 4 pessoas ainda vivas em meio aos destroços, que afirmaram mais tarde, terem ouvido gritos e gemidos de pessoas que lutaram para viver, mas que acabaram morrendo durante a noite. A equipe médica descobriu também, um número de corpos dos passageiros cujos ferimentos indicaram que tinham sobrevivido ao acidente, apenas para morrer de choque ou de exposição a noite nas montanhas, enquanto aguardavam socorro. Um médico disse: "Se a descoberta ocorresse dez horas mais cedo, poderíamos ter encontrado mais sobreviventes".

Yumi Ochiai, 26 anos, comissária de bordo e as três passageiras Keiko Kawakami, 12, Hiroko Yoshizaki, 34 e sua filha Mikiko, 8, foram as únicas sobreviventes da tragédia. Feridas foram levadas para um hospital da cidade de Fujioka. Além das quatro mulheres, outras duas pessoas sobreviveram à queda do avião, mas morreram durante o socorro. O diário "Akahata", do Partido Comunista Japonês, publicou uma declaração da sobrevivente Keiko Kawakami, que afirmou ter falado com seu pai e sua irmã antes que morressem. Logo depois da queda do Jumbo, Keiko disse: "Ajude-me, pai", e Eiji Kawakami, 41, teria respondido "Não posso me mexer, não posso ajudá-la". Mais tarde, Keiko perguntou à sua irmã Akiko, de sete anos, o que o pai estava fazendo. Ela teria respondido: "Papai e mamãe estão frios". Segundo o jornal, Keiko afirmou que Akiko morreu nessa mesma noite.

Para piorar ainda mais a situação, descobriu-se que sete anos antes da tragédia, o mesmo avião teria tido problemas com um pouso, o que resultou na deterioração da cauda e de alguns sistemas de pressurização da cabine. Os reparos foram feitos "na gambiarra" pela equipe de manutenção japonesa, que resultou na morte de 520 pessoas.

Comandante Masami Takahama, o Piloto Yutaka Sasaki e o Co-piloto Hiroshi Fukuda respectivamente.

Depois do acidente, o chefe de manutenção da JAL se suicidou e o primeiro ministro do Japão renunciou ao cargo.

Abaixo, ouça os últimos 10 minutos de áudio entre o Comandante Masami Takahama, o Piloto Yutaka Sasaki e o Co-piloto Hiroshi Fukuda - os heróis que tentaram até o último segundo restabelecer o controle do avião - à torre de comando:

3 comentários:

  1. Notável a negligência nesse caso... e o mais intrigante é porque negaram a ajuda americana...

    Ótima matéria!

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    1. Pra mim, duas coisas saltam aos olhos nesse caso. O primeiro, como você disse, foi a total negligência do governo japonês, que, por pura birra, deixou que pessoas inocentes morressem ao invés de aceitar ajuda. A segunda foi a coragem dos pilotos, que tentaram até o final reverter a situação. Pode ver que eles só aceitam o fim, segundos antes de bater. Mesmo não conseguindo, acho que eles foram heróis só de tentar..

      Valeu pelo elogio, manolo!

      Abç!

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  2. Herois...sem vida i sem medalhas ...eses pilotos deran a vida ate fim acreditando i lutando numa morte certa ...deus tenha os acolhidos ia todos pois ha si imaginar o terror ki todos passaram.

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