sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Conto: O insano diário de um amigo meu - Parte 2



Eu vou me entregar um pouco à escrita, enquanto digito isso. Nestes últimos anos, tive muito pouco contato com o mundo exterior, o que me faz pensar que só estou me iludindo e fazendo essas coisas todas para encontrar uma desculpa por Joel não ter vindo me visitar, como havia prometido. Mas agora eu acredito completamente, que o que Joel escreveu em seu diário é verdade. Claro, eu vivo em um manicômio e, portanto, a minha opinião pessoal pode ser um pouco... não confiável. Mas quando eu li esse trecho, eu não pude evitar a sensação de que isso é verdade e que eu tenho uma boa razão para acreditar nisso, mas não vai fazer sentido se eu não terminar de copiar a coisa toda. Mas vai levar algum tempo. Porque eu acredito em fazer as coisas direito. Esse perfeccionismo vem do tempo em que passei trabalhando como mecânico de aviação. Quando você trabalha em aviões, fazer um trabalho perfeito é a maneira certa de fazer as coisas, e não fazer rápido. Fazê-lo direito, de acordo com o que você sabe que é certo, é a única maneira que você deve trabalhar em um ônibus voador gigante, transportando 239 passageiros e 9 tripulantes, indo 590 milhas por hora a uma altura de até 42,650 pés. Se você não pode ter certeza do seu desempenho ao operar uma máquina como essa, ou até mesmo em contar uma história à seus melhores amigos, então é hora de guardar suas ferramentas, desligar o telefone e babar jogando damas com o Sr. George Washington, enquanto ele olha para os dentes de madeira (seus dentes eram legais).


Mas eu estou me prolongando aqui, o que eu queria dizer no início é que eles estão verificando os malditos quartos! Eles sabem que alguém deste piso roubou o telefone do enfermeiro. E eu estou gastando bateria como uma mãe solteira gasta as pilhas de seu vibrador. Eu tenho que me apressar se eu quiser terminar isso, mas minhas mãos continuam a tremer e eu estou tentando o meu melhor para fazer isso direito. Bem, de qualquer forma, o diário de Joel salta para a frente quase uma semana, as poucas palavras que não estão furiosamente riscadas falam sobre as preparações para a reunião na escola (em 24 de maio) e só começam à partir dessa noite:



24 de maio:Chego cedo, algo que eu tinha prometido que não faria. Estando aqui sozinho, com o meu casaco de capuz escuro, tênis cinza e mochila prestes a estourar de tão cheia, eu poderia atrair a atenção de alguém que não gostaria, andando por este edifício condenado. Eu me perguntava por que nunca haviam-no demolido. Centenas de pessoas morreram aqui, alguns há pouco mais de quatro anos atrás. Mesmo que as pessoas não acreditassem nas forças obscuras que espreitam nas sombras, homens maus procurando lugares isolados para praticar a sua indulgência ou simplesmente má sorte, não fazia sentido deixar este feio, deformado prédio de pé. 
Mas, deixando de lado todo o planejamento municipal, aqui está o prédio e aqui estou eu novamente. Eu estava esperando o médico e sua comitiva. Ele estaria aqui exatamente às 09:00, com dois enfermeiros, no caso de eu precisar ser contido e uma enfermeira, no caso eu precisasse ser sedado. Sendo narcisista como é, o Doutor pode resolver trazer seu advogado/editor também, para ajudá-lo a lidar com questões legais de invasão de propriedade privada, e aconselhá-lo sobre a maneira mais pública e agradável de mostrar minha demência. Confesso que ficaria muito incomodado se ele viesse. A antecipação de hoje me fez refletir sobre o primeiro grupo que veio comigo, na última vez que estive aqui. Havia sete de nós, quatro deles eu considerava amigos próximos. Comparando as duas situações, não pude deixar de sentir pena de mim mesmo. Deixando todas as expectativas aterrorizantes de lado, passar a noite com este grupo, em vez de amigos não inspira confiança. Mas pelo menos eu vou encarar sua perda melhor. Espero.
Eu vi uma grande mini vam se aproximando, e isso me fez lembra de Steven. Ele havia emprestado o carro de sua mãe para conduzir-nos todos aqui juntos. Foi sua idéia também. Eu teria ficado com raiva de seu envolvimento, se eu tivesse ódio dos mortos. Ele era bem arrogante. A última vez que o vi, ele foi preso por um grupo de meninas, magras, atléticas e bonitas. Pelo menos seis ou sete delas. Um cenário de sonhos, se elas não estivessem empunhando bisturis, aqueles que você usa em biologia para dissecar sapos. Foi uma delas, uma loira com um talento incrível para mentir, que me cortou do ombro ao quadril quando eu tentei ajudá-lo. 
Enquanto a van chegava no estacionamento, percebo um homem que havia se juntado, encostado à parede do prédio. Um homem na casa dos quarenta e poucos anos, com um terno xadrez e careca pelo excesso de estresse que era acompanhado pelo fardo de liderar um colégio. O ex-diretor, Sr. Edger, ficou apenas 4 metros de distância, observando-me, balançando lentamente a cabeça em desaprovação. Eu não dei-lhe nenhum sinal aparente de reconhecimento, e tentei manter a atenção ao veículo. Ele pára e cinco pessoas saem de dentro. No começo eu achei que ele realmente tinha trazido o seu maldito editor com ele. Então eu vejo duas duas formas femininas, uma é pequena, redonda. As formas inconfundíveis da enfermeira Olsen. A outro é Jessica.
Deus amaldiçoe essa noite ainda mais.
Ela veio de qualquer maneira, mesmo depois que eu mostrei meu interesse professado no romance que eu sabia que ela iria rejeitar, mesmo sabendo que ela odeia lugares como este. Ela veio para me ajudar. Porque esse é o tipo de pessoa que ela é.
E sabendo bem o que vai acontecer, eu vou continuar com a noite. Porque eu esperei quatro anos para isso. Porque eu tenho que fazê-lo. Porque esse é o tipo de pessoa que eu sou agora.
Dr. Connely anda até mim e aperta minha mão ferozmente. "Joel, meu rapaz! Como vai sua primeira semana de liberdade?" "Bem", eu respondo, meus olhos ainda sobre Jessica. "Essa é uma grande bagagem que você está carregando por aí. O que você trouxe?" ele me pergunta enquanto os dois enfermeiros caminham em minha direção. "Provisões, água, lanches, um cobertor em caso de frio." Com apenas uma ordem, o senhor "mãos flamejantes", levanta a mão, indicando que ele quer que eu entregue a mochila. "Bem, eu espero que você não se importe se eles derem uma olhadinha" Eu já tinha lhe entregado minha bolsa. Eu não era burro o suficiente para colocar armas nela. Ou drogas, como o Dr. Connely poderia suspeitar. O enfermeiro está olhando minhas coisas com as mãos em chamas, como sempre.
Os funcionários da instituição nunca foram simpáticos e raramente eram sociais com os malucos que fizeram a sua vida tão difícil. Na época eu estava lá eu só soube o nome de alguns, isso incluía Derik Roark. Apesar de ter superado o horror de ver suas mãos se iluminando em chamas, eu ainda tinha um medo razoável desse homem. Ele era grande, careca e muitas vezes cruel. As pessoas mais lúcidas na mesa de café da manhã diriam que ele havia estuprado alguns dos pacientes na instituição, mas vendo como uma simples fofoca de pessoas loucas, seja real ou não, esses boatos tendem a cair em terra com olhos simpáticos, as mãos nos ombros e um "silêncio, silêncio, ninguém está aqui para te machucar". Eu poderia nunca saber com certeza se algum destes boatos era verdadeiro. Mas eu não podia acreditar que a maioria do pessoal de lá simplesmente fechariam os olhos para algo assim, então eu vou ter que confiar nele. Até a merda atingir o ventilador é claro. Eu não tenho nenhuma idéia de quem é o outro, mas pelo seu olhar ele deve ser novo, confuso e um pouco assustado por brincar de caça fantasmas com um psiquiatra, dois enfermeiros, um homem grande que poderia rivalizar com Vin Diesel em peso se não em força, que seriam guiados por um ex-paciente lunático. Especialmente porque esta era uma espécie de exame de busca de consciência do lunático acima mencionado.
Olsen parece-se como sempre se pareceu; um sorriso doce cortado por um olhar gelado para que você saiba que se você tentar fazer alguma coisa de errado, você vai direto para o terceiro andar. Jessica não estava vestida como os outros, em suas brancas roupas de trabalho. Ela usava jeans, um top vermelho que combinava com seu cabelo e uma jaqueta preta. Ela meio que parecia achar que isso era um encontro. Se fosse, eu teria escolhido um local melhor, melhor comida e melhor público. Connely não usava seu casaco branco de médico, mas ele trouxe o cardigan que ele sempre usava para trabalhar. Verde escuro e a única coisa que ele já tinha usado nos 3 anos em que eu o conhecia. Eu não sabia se ele possuía muitos pares ou apenas um. Quando os meus companheiros de viagem viram o edifício, Sr. Roark saiu do personagem autoritário e me fez a primeira pergunta em anos "Por que diabos você quis vir aqui?" "Cenário", eu respondi, tentando não soar a sarcástica. "Que tipo de brincadeira é essa?" ele rosna de volta. "Não é uma piada, nós viemos porque pensei que seria assustador." "É apenas um prédio com tábuas." O desprezo foi figurativamente escorrendo de sua boca a cada palavra. Ele deve ter ganhado hora extra para vir, caso contrário ele não estaria aqui. "Muitas pessoas morreram. A maioria das pessoas normais acham que é assustador." "Não vamos demorar." O médico pegou um bom momento para cortar a nossa pequena discussão-porcaria de machos. "Estamos aqui porque Joel pensa que precisa tirar algo de seu peito." Eu olho para baixo. Não me envergonho, embora possa parecer assim. Estou tentando definir tudo o que aconteceu lá da última vez. Eu tenho quase a certeza que vou precisar dele. "Eu e Joel planejamos essa noite. Iremos visitar o local de cada um dos óbitos de seus amigos para que ele possa perceber que não havia nada de sobrenatural nisso." "Por que esta noite?" Desta vez foi enfermeira Olsen que falou. "Por que temos de estar aqui, na calada da noite? Este lugar ainda estará aqui pela manhã." "Para esclarecer todas as dúvidas remanescentes que este lugar não é assombrado". A palavra assombrado foi proferida com extremo enfase "Ele precisa estar aqui, do mesmo jeito em que as infelizes mortes aconteceram." O fato de eu tê-lo convencido a fazer isso, me confundiu. Nenhum psiquiatra em sã consciência jamais concordaria com esse tipo de coisa (como se existisse um psiquiatra são). Mas você não olha os diplomas dos psiquiatras, especialmente quando eles são proclamados gênios por muitos no campo. Eu sabia disso porque ele sempre fala sobre isso. "Ok pessoal, vamos indo. Temos uma dança de primavera assombrada para assistir", ele grita bem alto, como se ele estivesse desejando que alguém pudesse querer discutir isso.
Quando ninguém disse nada, ele se aproximou, tirou uma chave e abriu a porta da frente. As pessoas começaram a caminhar em direção a entrada, levando lanternas e um grande lampião de acampamento. No caminho, Jessica pára ao meu lado. "Você realmente quer fazer isso?" "Parece que eu não tenho escolha. Eu não sabia que ele tinha uma chave." " Ele desceu a prefeitura mais cedo, que levou horas para encontrar a maldita chave e falar com o chefe de polícia e os bombeiros." " E o que eles disseram? "Ela dá uma jogada de cabelo. "Uma vez que o edifício é, supostamente, estruturalmente sólida e há muito tempo já deixou de ser uma cena de crimes, eles não disseram muito". Ela cheirava a algum novo perfume. Cristo, agora estou convencido de que ela vê isso como um encontro. "Estou surpreso que você quis vir hoje à noite", eu tento parecer que eu não estou desapontado. "Você disse que não queria ir a um encontro." Mesmo no escuro eu posso vê-la corar. "Este não é um encontro, o médico ofereceu duas vezes as horas extras para vir. Pode fazer muito tempo que eu não vou a um, mas eu ainda me lembro que um encontro não é assim. Geralmente, não há mais do que duas pessoas envolvidas." Já fazem quatro anos para mim, mas eu ainda sei quando uma garota sai do seu caminho para passar o tempo ao meu redor. Pode parecer fútil e superficial pra caralho, mas eu sei que estou certo. "Bem," eu finalmente observo, "parece que você tem pouca imaginação sobre o romance. Mas não vamos manter os outros esperando, isso é tudo para mim, lembra?" Eu posso vê-la abrir um leve sorriso e dói por dentro, a expectativa do que está por vir. O diretor ainda está lá, olhando imensamente desapontado pra mim, como só um homem que dedicou toda a sua vida ao ensino podia.  Eu me recompus e pus um sorriso no rosto. Ele não pode enganar-me não mais do que ele pode enganar a si mesmo. Nós dois sabemos o que está por vir. Nós dois sabemos que os monstros estão jogando. É preciso um monstro para conhecer outro. O fato triste é que esse homem morto ainda lamenta depois que tudo acabou, enquanto eu suspeito que isso seja um luxo que vou ter que ficar sem.
Estou me dilacerando em sentimentos por este lugar. Eu esperei muito tempo para estar aqui, trabalhei duro e menti para um monte de gente. Claro, não tenho boas lembranças disso. O que eu mais sinto é emoção. Não é a mesma emoção de uma manhã de Natal, mas parece aquela que vem antes de saltar de uma ponte com nada além de um cordão de borracha para impedi-lo de salpicar em toda a terra abaixo. Como a sensação que você teve quando ficou com alguém do sexo oposto pela primeira vez, feliz que o dia finalmente chegara, e  ao mesmo tempo apreensivo de fazer algo errado. Eu tinha a sensação de que isso não seria tão agradável quanto o sexo. Talvez tão agradável como bungee jumping seria para Carter. (Sim, eu já mencionei bungee jump muitas de vezes. E isso pode ser uma descrição precisa, eu não posso saber. A última vez que eu pulei, eu não era um covarde.)
Tentando parecer sombrio, não com medo ou animado, mas melancólico, avancei em direção ao salão. Na verdade, era um campo de basquete que eles havia redecorado com grandes bandeiras verdes e douradas, cores da escola, e colocado um palco um pouco grande, onde uma banda ao vivo estava tocando. E tocaria de novo, em um curto espaço de tempo. Chegando ao grande salão, ainda havia restos dos banners, embora o fogo, fumaça e a velhice deles tinham-os transformado quase completamente em um tapete preto e cinza, com quase nenhum traço das cores antigas. Eu só sei das cores, porque cada atleta aqui os carrega. Eu já tinha visto um antes de entrar no salão, e um casal a caminho daqui, mas agora eu os vejo em massa. Aglomerando-se não salão, não mais substancialmente do que a cópia da Declaração da Independência de George, haviam mais de duas centenas de crianças do ensino médio, em vestidos de baile de fantasia, trajes que eram, de certa maneira, muito largas e as jaquetas que pareciam notavelmente como os que eu tinha usado na minha antiga escola. Eu não era mais velho do que a maioria dessas crianças quando eu cheguei. Emboraeu me sentisse mais velho. Alguns me viram e me reconheceram. Outros olhavam intrigados. Não foram muitas as pessoas que vieram aqui, quase nenhuma depois da minha última viagem até aqui. E nenhuma nesta noite do ano, que eu saiba. A banda ainda não tinha começado. Eles tocam às 9,30, ao mesmo tempo, as portas são trancadas. 
Todas as portas naquela noite fatídica estavam trancadas para que os alunos não ficassem zanzando para fora do salão. Ou essa era a idéia. Para impedir todas estas crianças, jovens e brilhantes de saborear os devils mouthwash ou fumar um pouco de wacky-tobacky(N/T: devils mouthwash é uma bebida alcoolica e wacky-tobacky provavelmente é maconha ). Estavam tentando guardando o futuro da nação e tal.
É claro que esse espetáculo estava reservado para mim, meus companheiros não tinham consciência do grande encontro de espíritos do outro mundo que parecia apenas um pouco demais com um remake brega de De Volta Para o Futuro. Vi Beverly. Ela me deu aquele sorriso que nunca alcançou seus olhos. Ao lado dela estava seu namorado na época, e todo o tempo desde então. O nome dele é Tom alguma-coisa, ele nunca me interessou o suficiente para eu saber seu nome, mas ele fez uma careta para mim. Eu acho que ele está com ciúmes. Eu nunca vou entender o porquê, mas o despartido não faz muito sentido, pelo menos não para mim. Se eu tivesse tentado descrever o que vi, em seguida, a noite seria interrompida muito cedo. Em vez disso, eu vou até onde Danny morreu. Ele não fazia parte do círculo fechado de quatro que eu chamava de amigos próximos, na verdade ele sófoi porque Bella estava lá. Ela e eu éramos amigos desde sempre, nós havíamos crescido em casas adjacentes e raramente nos separávamos. Bella e Danny tinha desenvolvido uma espécie de amizade colorida durante o inverno, mas, como eu, Bella raramente colocava muita esperança nos relacionamentos. Quando a primeira aberração tinha aparecido diante de nós, ele agiu como o cara durão. "Que brincadeira idiota é essa, volte ao porão da casa de sua mãe e faça um traje que é mais convincente do que essa merda." Ele foi trespassado por uma bandeira da banda. Ainda com cores bastante vivas, a bandeira parecia quase brilhante, o ouro, verde e o vermelho fluindo sobre o corpo do pobre Danny. O legista disse que ele tinha saltado de uma janela para a bandeira e se empalou. Eles também encontraram pegadas e tudo. Eu já tinha visto o seu corpo ficar inerte. Quem poderia saltar para uma fodendo bandeira, tornando a si mesmo um kebab-humano?
Danny perdera muito sangue. Aparentemente levou um bom tempo para ele morrer. Eu não sei. Todos nós corremos tão logo a realidade, ou a falta dela, bateu na cara de nos seis. Ajoelhei-me à beira da piscina. Mesmo não tendo nenhum sentimento especial em relação a ele, a morte de Danny me chocava antes. Agora parecia um incômodo, uma parada que eu tinha que fazer para convencer as pessoas "vivas" presentes que tudo isso foi apenas um passeio pela estrada da memória. Embora, eu realmente quisesse ver a cara deles quando a banda viesse. Sentei-me e enterrei meu rosto em minhas mãos. Ninguém disse nada, com medo de interromper alguma solene oração que eu estivesse fazendo. Eu estava apenas tentando descobrir como lidar com as pessoas presentes. O médico e Roark seriam um problema. A enfermeira Olsen era muito religiosa, quase ao ponto de ser fanática, eu poderia ser capaz de empurrá-la no estratagema do diabo. Jessica seria o apoio e a compreensão, mais importante, ela seria inteligente. Ela sabe que eu consegui saír daqui e vai contar com a minha capacidade de fazê-lo novamente. O último é o novato. Ele é jovem, inexperiente e não queria estar aqui. Ele provavelmente vai fazer o que seus superiores lhe disserem. Após cerca de 15 minutos de planejamento eu me levanto. Ainda ninguém diz nada, embora os olhares que eles me dão indicam que eles querem que eu ande logo. Todos, menos Jessica. Não há nada além de consideração em seus olhos.
Em vez de me mover em direção à porta, como se espera, eu ando para o palco. Andar por tantos fantasmas dá muita dor de cabeça, principalmente porque seus corpos semi-transparentes distorcem o ambiente ao seu redor. Quando eu pulei no palco, a banda estava saindo. Eles ainda estão testando seus instrumentos. 
Eu ando ao redor da parte de trás das cortinas ainda penduradas e pego uma guitarra carbonizado. Por alguma razão completamente incompreensível, ele ainda tem todas as suas cordas. Eu começo a puxar alguns dos acordes. Jessica começa a caminhar em minha direção. "O que você tem aí?" "Uma guitarra." "Eu posso ver isso?" "Ele pertencia a um garoto chamado Trevor. Como todos os caras chamados Trevor, ele estava em uma banda. Esta é a sua guitarra, a que ele estava guardando para a última parte do show que realizou aqui quando o fogo começou." "Como você sabe disso? ", Ela perguntou, erguendo as sobrancelhas, já me perguntando se eu estava caindo aos pedaços. Uma coisa difícil de fazer se você já está em pedaços. "Li o seu nome ao lado, e deduzi o resto" eu minto de maneira fria como antes. Eu toquei algumas notas. "Você se lembra como tocar?", pergunta ela, sentando-se na borda do palco. O chão é sujo, mas ela não pareceu se importar. "Claro, quer que eu toque uma canção?" Eu pergunto, e atiro-lhe um dos meus sorrisos de menino. "Hmm, algo com o Arctic Monkeys?" Ela ama esses idiotas britânicos. "Desculpe, só sei tocar as músicas de bandas de rock do final dos anos 80, início dos anos 90." Eu digo, tentando dar a impressão de que eu estou brincando. "Haha. Ok, que tal algo do Nirvana?" "Nirvana?" Eu olho para Trevor. Ele faz um sinal positivo. "Claro, nós podemos tocar Nirvana." 
O doutor, aparentemente, não está disposto a ceder à minha brincadeira de ver pessoas mortas e começa a dizer alguma coisa, mas sua voz é abafada quando eu toquei um acorde baixo na guitarra. A Stratocaster original ainda soa tão boa como sempre, mesmo depois de ter feito muitas viagens ao inferno e voltado. Talvez seja isso que dera um grande som. Uma voz crescendo, aparentemente do nada grita "Boa noite Dwight Fuller e bem-vindos a mais uma dança de verão! Quem se juntou a nós novamente, pela primeira vez em quatro anos, é o nosso bom amigo Joel! Estaremos aqui a noite toda ou até o inferno vir abaixo, até lá, Lets Rock nestes filhos da puta!"
Trevor ama esta parte e eu também. Nós todos damos pontapés em alta velocidade conforme o boom da bateria, e nós começamos a seqüência da introdução de Smells Like Teen Spirit para uma multidão de cerca de 300 fantasmas e 5 funcionários muito confusos de uma instituição mental há cerca de 70 quilômetros de distância. Estão todos ainda em estado de choque quando o baixo começa a tocar, e a voz melódica que Trevor foi abençoado em vida ressoa no prédio queimado e o som do baixo que alimenta os amplificadores, que mais parecem merda de cachorro carbonizado que instrumentos eletrônicos. 
Quando chegamos ao refrão, algo pareceu tirar o médico de seu coma induzido coma e ele caminha até o palco. É engraçado ver um homem pequeno em um paletó de tweed e de cardigan cor de gramado verde atravessando uma grande multidão de adolescentes para arrancar um jovem rebelde de um palco em um show de rock. Muito Ferris Bueller. Jessica ainda está chocado, com os olhos arregalados na voz que ela não pode colocar um rosto e no som, que emana claramente dos alto-falantes enormes e em ruínas, na frente dela.
Connely está lá, com o rosto em chamas e soprando vapor. "Desliguem essa farsa!" "Eu não chamaria os inventores do grunge de farsa nesta lugar, Doutor. Eles podem se lembrar disso mais tarde esta noite!" Eu grito de volta, dando aquele icônico solo Teen Spirit. "Desligue esses auto-falantes todos!", Ele grita de novo, realmente dando tudo de si agora. Roark está agora se aproximando do palco, com o novato bastante desnorteado seguindo de perto.
Eu estou em nenhuma pressa de entrar em confusão com os dois, a falta de exercício físico nos últimos quatro anos não exatamente me ajudaram a me tornar mais forte. Mas, para sair agora, seria um grande desserviço para Trevor, que deixou sua outra guitarra no chão, ignorando o olhar grupo estranho de pessoas que tomaram lugares à frente do palco só para pedir que a música fosse desligada.
Eu circundei o palco uma vez, determinado a terminar a canção. Roark está batendo nos ombros de Connely, claramente esperando pelas ordens. Eu não me importo que a música esteja quase no fim. Jessica parece estar presa em algum lugar entre impressionado e aterrorizado, a enfermeira Olsen está apenas apavorada. O novato só fica lá, sem absolutamente nenhuma idéia do que está acontecendo. Estou começando a desfrutar desta noite mais do que pensei que poderia.
A canção termina apenas quando Roark sobe ao palco. Eu seguro a guitarra em uma mão esticada e, lentamente, coloco-a no chão. "Fácil Derik, era apenas uma canção. Você pode ter o próximo pedido. "Eu digo tentando manter o tom alegre.
Roark pára, claramente tentando determinar se eu não sou realmente uma ameaça e, no caso eu sou, e para infligir a maior quantidade de dor no curto tempo que levaria para a enfermeira Olsen me espetar no pescoço com algum tranqüilizante de cavalo. Eu não aprecio o pensamento. Eu estive fora das drogas há mais de um ano, não há razão para começar nesta noite, nem em todas as noites. "O que diabos você pensa que está fazendo?" O médico entrou no palco.
"Eu estava tocando uma música em um pequeno concerto de ensino médio. Um concerto que você está interrompendo agora." Eu digo, dando à Trevor invisível um olhar de desculpas. É claro que não estou arrependido, sequer estou me importando com a sua pequena, retrô, festa de nostalgia, mas eu poderia muito bem ser civil.
  "Mr. Malcolm!" Ah merda, ele passou para sobrenomes agora. Isso significa que ele é louco. "Esta charada acabou, você não está claramente melhor, depois de ter encenado tudo isso para assustar as pessoas que querem ajudá-lo. Eu não vejo nenhuma razão para não prolongar a sua estadia na instituição para uma quantidade imprevisível de tempo! "Eu apenas sorri levemente. "Você vai vir de bom grado ou vamos ter que arrastá-lo?" Suas narinas estão queimando agora. "Não se preocupe, eu já acabei. Showbiz nunca foi para mim de qualquer maneira. "Trevor pegou sua guitarra novamente. Eles só querem continuar tocando. Jessica parece preocupado, eu acho que ela vai começar a chorar. Agora eu me sinto como um idiota. "Mr. Roark, por favor, acompanhe o Sr. Malcolm de volta para fora e deixe a polícia sabe que não houve invasão ilegal neste lugar. Diga-lhes que este jovem apenas programou um sistema de som em um prédio condenado."
"Olha só, eu tenho quase certeza de que a circunstância exata que você está descrevendo não é realmente ilegal." Todo mundo está olhando para o cara novo, completamente em estado de choque e aparentemente esqueceram sobre ele. "Mr. Sanches, por favor, faça o trabalho para o qual são pagos e ajude o Sr. Roark a escoltar o paciente para fora.", Diz Connely em um rosnado baixo. O doutor está rangendo os dentes agora.
Saímos do palco e seguimos para o corredor. Assim como nós, a música começou de novo, desta vez jogando Give It Away. Ninguém disse nada, mas todos, exceto eu e o doutor olharam para trás. Estávamos na porta da frente rapidamente. Roark estava sussurrando algo a enfermeira Olsen quando Connely bateu a porta. Difícil.
"O que ..." Ele sacudiu o punho para cima e para baixo repetidamente, sem fazer nenhum progresso. Em seu estado já agitado, eu estava começando a me perguntar se ele teria um ataque do coração ali mesmo. Ele provavelmente iria preferir.
Ele se vira para mim, os ombros levantados em direção aos seus ouvidos, seus punhos fechados e tremendo no escuro, pode-se pensar que ele estava com a boca espumando. Como eu disse, não há psiquiatras sãos. 
"Você trancou a porta?" "Não" "Então quem foi?" "Não tenho certeza, não sei o nome dela." "Dela?" "Sim, ela. Uma mulher, você está atualmente em pé perto de dois exemplares vivos e três mortos." Quando eu falei dos espíritos, o pino cai. A comporta é aberta. Ele realmente se perde em sua própria merda.
"Quatro anos venho ouvindo você e suas merdas! Quatro anos eu tentei espremer algum sentido para o seu estado mentalmente perturbado, receitei drogas para tentar melhorar essa sua mente psicótica e agora você fala isso pra mim! Pra mim!" Pela primeira vez esta noite, sinto raiva. "Bem, doutor. Isso pode parecer perfeitamente razoável para um homem culto como você, exceto pelo fato de que eu não era drogado antes de conhecê-lo." 
Quebrado, sim. Psicótico, talvez. Mas ele poderia aceitar a responsabilidade pela maior influência que ele já teve sobre mim. Mesmo que não fosse justo por quaisquer padrões, eu ainda sentia que ele me devia. Senti-me carrancudo. O que é estranho, porque eu não fico carrancudo.  
"Você vai abrir essa porta agora!" "Não é possível." "Não pode ou não quer?" "Os dois." "Então qual é o ponto de tudo isso? Que jogo você está jogando?" "O mesmo de quatro anos atrás, o mesmo jogo, os mesmos desafios." Ele parecia chocado com isso. "Mesmo depois de todos os pesadelos, por que você iria querer voltar?" Ele baixou a voz e realmente parecia simpático. "Porque eu não acabei. Isso está muito claro. Vou terminar e você terá de fazê-lo também." "Mas, eu quero ir embora." Ok, agora ele soava patético. "Bem", eu disse, com um encantador sorriso estampado no rosto "há sempre a janela do terceiro andar."

Isso é tudo por agora, as próximas páginas são realmente difíceis de ler. Eu estarei de volta mais tarde, se Deus quiser.

Um comentário: