sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016
7 Contos para ler no escuro - Parte I: O menino sem olhos
Uma noite, quando eu tinha 10 anos, estava dormindo na cama e fui acordado pelo som da minha porta se abrindo. Senti meu colchão afundando, como se tivesse alguém sentando na beirada. Abri meus olhos, achando que fosse minha mãe, e assim que abri meus olhos, vi um garoto que parecia ter a minha idade, pálido e sem olhos (as órbitas eram vazias, totalmente negras), sentado nos pés da minha cama, com as pernas cruzadas, me "encarando".
Em seguida, ele estendeu a mão para mim e notei que estava segurando o que parecia ser uma pequena caixa preta. Eu estava apavorado, mas quando tentei pegar a caixa, ele recuou hesitante. Estendi a mão mais próxima à ele e disse "me dê". Assim que fiz isso, eu pisquei, e no tempo que durou o fechar e abrir dos meus olhos, ele desapareceu, o lugar em que ele estava sentado no colchão voltou ao lugar, mas a marca que provava que alguém estivera sentado permaneceu no lençol.
Eu disse à minha mãe de manhã e ela ficou um pouco assustada, mas me garantiu que eu estava apenas sonhando.
Cinco anos depois, eu e minha primeira namorada estávamos em casa fazendo um exercício de escola. Após a lição, ela tirou um cochilo enquanto esperava seu pai buscá-la em casa. Quando ele chegou, resolvi acordá-la. Eu a cutuquei, e ela abriu os olhos subitamente, encarou o canto da sala (mais precisamente onde a parede encontra o teto) em que estávamos, levantou o dedo e apontou. E tão rápido quanto acordou, ela adormeceu novamente. Tentei acordá-la de novo, e assim que ela acordou, perguntei-lhe o que havia acontecido. Ela disse: "Ah, eu pensei que estava sonhando.. é que eu vi um garotinho sem olhos perto do teto, como se fosse um homem-aranha, olhando pra mim". Foi quando eu me apavorei e contei-lhe o estranho encontro que tive, cinco anos antes, com um menino com as órbitas vazias, e imaginei que fosse a mesma criança.
Mais alguns anos depois, ainda com a mesma namorada, tivemos uma filha de 2 anos de idade. Nós estávamos vivendo no meu antigo quarto na casa dos meus pais. A minha filha costumava acordar todas as noites, religiosamente no mesmo horário, e começava a falar sozinha. Por um tempo, achei que isso fosse algo comum da infância, até perceber que era quase a mesma conversa todas as noites. Em tom de brincadeira, perguntei a ela com quem ela falava. Minha filha respondeu: "Com um menino. Ele fala comigo e é bonzinho. Ele se perdeu e está procurando pela mãe".
Eu disse à minha mãe o que aconteceu na manhã seguinte e ela me disse: "Eu lembro quando isso aconteceu com você e com a sua namorada. Eu não tenho ideia do que esteja acontecendo". Até então, nem a minha namorada, nem eu voltamos a ver o "garotinho" depois de nosso primeiro encontro, mas a minha filha continuou suas conversas noturnas até mudarmos para a nossa própria casa, no fim daquele ano.
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Tia Metz lê esse conto pra mim?
ResponderExcluirQuem sabe num futuro próximo HAHA!
ExcluirE então a velha teoria conspiratória que um dia o Show do Medo terá um canal no youtube é desenterrada...
ExcluirE a PT II
Excluirqueria sentir medo e agr sinto q algo na historia esta faltando'-'
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